ARTIGOS, IDÉIAS, TEXTOS E PROVOCAÇÕES

Não deixe de postar seu comentário, crítica ou sugestão!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Quanto custa uma puta burra?

Dia 13 foi ao ar, em rede nacional de rádio e televisão, o programa eleitoral do Partido dos Trabalhadores. Mesmo existindo uma lei federal eleitoral que proíbe terminantemente a participação de um presidente em exercício na campanha de seu sucessor, nosso genial messias dos miseráveis ignorou-a completamente e deu seu toque de boçalidade.

Não bastasse cometer um crime eleitoral, cometeu também um crime contra a história da humanidade. Comparar a terrorista assassina Dilma ao líder negro sul-africano Nelson Mandela dá no mesmo que comparar Fernandinho Beira-Mar a Madre Tereza de Calcutá. O parvo mandatário do executivo brasileiro, que se vangloria de não ter estudado e acha ler uma coisa chata, passa dos limites do tolerável de ignorância e desrespeito por uma figura como Mandela.

Agora, como um arauto da paz mundial, diz que vai desarmar o Irã, uma teocracia (será que ele sabe o que é isso?) comandada por lunáticos que levam jovens a se explodirem em multidões, presidida por um idiota nuclear, tão tapado quanto ele.

E tudo isso em nome da soberba, de querer o Brasil no Conselho de Segurança da ONU, na qual ele sonha um dia estar como Secretário Geral. Não dá para rir disso! Principalmente porque é possível! Pouco provável devido às lamentáveis intervenções do exército brasileiro com as Forças de Paz (vide como os americanos tomaram para si a logística no Haiti depois do terremoto, ignorando o comando estar com o Brasil) e a patética atuação do Itamarati no episódio de Honduras, salvaguardando outro zémané, o Zelaia.

Mas tem uma coisa boa: está acabando! Ele vai sair! E a história se encarregará de compará-lo também. E serão lembrados os cinco mil reais de multa que ele tirou do cafezinho para pagar sua aparição tétrica no programa. 

Talvez seja bom compará-lo à Dalila... uma das putas mais burras da história...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Estamira e Patrícia

Eu sempre disse que o Brasil possui somente dois problemas, que se fossem sanados nos transformariam numa verdadeira potência: desperdício e impunidade. Se fossem devidamente equacionados e combatidos como causas únicas de todas as nossas mazelas, poderíamos exercer a posição de liderança que tanto gostaríamos e serviríamos de exemplo real a tantos governículos que insistimos em apoiar apesar da visível ignorância e incompetência que os permeia.

O primeiro quadrimestre do ano já arrecadou quatrocentos bilhões de reais segundo o impostômetro instalado na cidade de São Paulo. Sem contar com a arrecadação que será gerada pelo Imposto de Renda. Numa fácil conta de somar, chegaremos ao final do ano com uma arrecadação de um trilhão e duzentos bilhões de reais, sem o IR. Esse larjã vem desde o que é cobrado no pãozinho até a criminosa taxação sobre a produção, que emperra o já sufocado setor pelos juros extorsivos cobrados pelo governo.

Seria de se esperar que vivêssemos em um verdadeiro paraíso, mas o cenário que se descortina diante de nós é dantesco: falência na saúde, na educação, nos transportes com malha viária totalmente sucateada, segurança e sistema carcerário que impera como o pior serviço público prestado a nós, que a tudo assistimos, reclamando em restaurantes bebendo vinho ou na birosca da favela com a indefectível cachaça.

O que desperdiçamos em alimentos nas grandes cidades, se aproveitado, acabaria com a vergonha imoral de seres humanos se alimentando com ratos e urubus pelos lixões das grandes cidades, antes que sejam aterrados e sirvam de alicerce para moradias de madeira pregada que não resistem a uma chuva mais forte. Mas se tornou cultural: nossa produção de restos movimenta uma economia invisível a nossos escrúpulos, eventualmente lembrada em documentários ou reportagens, como "Estamira", do ano 2000.

Estamira vivia no lixão de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias no Rio de Janeiro. Filosofava sobre vida e morte, sobre política e humanismo. E não acreditava em Deus. Como poderia? Achava essa história toda de religião uma baboseira. Sua realidade não permitia elucubrações sobre salvação. Foi internada pelos filhos. Procurem assistir, de preferência de estômago vazio.

Mas o câncer que nos devora e corrói nossa esperança é a impunidade. Ela campeia por todos os setores, em todas as classes sociais, igualando-nos num medonho círculo vicioso, onde a lei é mero adereço e o mais fraco, com o perdão da palavra, sempre se fode. E não entenda por mais fraco o faminto ou o desabrigado, o desempregado ou o doente... não... o mais fraco é aquele que não corrompe nem é corrompido, que é honesto e trabalha, que tem horror a imaginar seu nome sujo ou seu filho cometendo um deslize. Somos nós, que alimentamos essa fera voraz através de nosso dinheiro, administrado por facínoras travestidos de bons moços, preocupados conosco como se fôssemos mais importantes que uma cédula eleitoral.

E, esta semana, uma pérola da impunidade foi gerada. Apesar de todos os indícios, de todas as provas de um inquérito da polícia civil do Rio de Janeiro, o Inquérito Policial Militar absolveu por falta de provas os quatro PMs que mataram e depois desapareceram com o corpo da engenheira Patrícia Amieiro. Eles estão de volta nas ruas, trabalhando normalmente.

Mas nós, cariocas indignados e fartos de tanta sujeira varrida para debaixo dos tapetes dos gabinetes, nunca descansaremos ou pararemos de perguntar: Cadê Patrícia?