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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Curta Oração a São Jorge

Meu São Jorge...

Livra-me da mentira e do engano, tão comuns entre meus pares... atravessa com tua lança a garganta dos que iludem e vilipendiam para que apodreçam e não mais emitam seus grunhidos... faz com que minha fé afaste estes abutres petistas que teimam em transformar nossa sociedade em sua carniça...

Tu, que de dragão para baixo mata tudo, pisoteia com teu alazão e despedaça a assassina Dilma, para que não haja a mínima chance de ela subir a rampa do Planato... faz com que num passe de mágica ela desapareça e jogue-a nas profundezas do Hades... e redime de vez estes últimos oito anos de sujeira e acinte...

Dai-me forças para suportar tanta incompetência e falta de caráter de quem deveria lutar, como Tu, pela justiça e pelos mais fracos... e segura com tua força os barrancos que ainda irão desabar no rastro da vilania... olha pelos desamparados e pelos que, podendo lutar, omitem-se em seus casulos de covardia... acorda-os com uma punhalada na alma...

Tira do ar com teu poder o próximo Big Brother, o programa da Márcia e destrói a igreja universal, para que o ar do mundo seja mais respirável... aproveita e transforma o Chavez, o Fidel e o Armajinejad em estátuas de sal... e molha depois para dissolver tudo... e faz o casamento do Lula com a Marisa durar para sempre, porque não consigo pensar em castigo pior para ele... 

Ajuda meu Mengão a ser campeão, apesar de isto ser negócio lá do Judas Tadeu... olha pelos malucos que habitam o planeta e que são tão queridos pelo Criador, que não faria tantos deles se não gostasse...

E, se sobrar um tempinho, olha também por este louco que vos fala... que também é Jorge. 

domingo, 18 de abril de 2010

Levanta e anda!

Dizem que odeio Lula e Dilma Rousseff... nada mais equivocado! Para odiar alguém, tenho que considerá-lo meu par. E é totalmente impossível que isso venha a ocorrer um dia. Mas não posso ter limites diante de tanta parvonice, apesar de ter nojo de simplesmente pensar nos dois.

Lula diz que a justiça está atrapalhando o bom andamento das campanhas. 'Deixem a gente trabalhar!', ele diz. Por que não? Afinal de contas ele já provou, durante sete longos anos, que pode estar à margem das investigações e punições. Senão estaria preso. 

Mas ele tem um bom motivo para zombar do judiciário: poder cego para uns, mas mão de ferro para outros, já caiu na descrença de dez entre dez brasileiros, que não conseguem distinguir entre uma sentença justa e uma canetada impensada.

Mas vá lá, prenderam o Nardoni! Eeeeeehhhhhhhh! Armaram o circo e a plebe ignara ficou satisfeitíssima com o show! Mas soltaram o maluco de Luziânia, o Pimenta Neves está solto, livres andam os policiais que mataram a criança dentro do carro na Tijuca... e tantos outros que a imprensa não dá muita trela porque já venderam o jornal do dia.

Reformas necessárias são abortadas em nome da manutenção dos privilégios e dos grupelhos que se perpetuam nas entranhas dos três poderes. Enquanto votarmos no 'menos pior', sujeitar-mo-nos a mentiras e engôdos que fedem de tão podres e continuarmos na inconsciência letárgica que nos guia no dia a dia e fazem a descrença de que está porcaria um dia irá melhorar, continuaremos vendo o noticiário e achando que o Lula é o cara, que a Dilma é gente boa por ser mulher e que a Luciana vai andar antes da novela acabar.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Epitáfio

Aqui jaz... eu. Nascido nas bandas de onde veio o presidente, tive infância ruim também. De tudo faltava, a fome era grande e o pessoal roubava muito nos governos de lá... não chovia e a gente rezava... parece até piada vendo agora. Não deu mais para aguentar e o pai levou a gente embora. 

Demoramos para chegar aqui no Rio, mas todo mundo falava que ia ser diferente. Tinha uns primos que iam ajudar e até arrumaram emprego para a mãe em casa de família. O pai ia se virar e procurar alguma coisa. Mas eu logo vi que tinha alguma coisa errada. Lugar grande demais, gente demais... como é que podia ter lugar para todo mundo se nem para quem já tava aqui tinha direito?

Mesmo assim arrumaram um lugar para a gente morar. Era pequeno e no alto de um morro. Até eu que corria a beça ficava cansado de subir até lá. Ficava soltando pipa porque disseram que vaga na escola só no outro ano... e ainda faltava tanto! Eu gosto de ler. Mas aqui não tem livro. Para bem dizer, aqui só tem gente que nem a gente. Ninguém tem quase nada. Os primos arrumaram umas coisas para a casa. Uma geladeira velha, um fogão e duas camas. Mesa meu pai fez com umas madeiras que achou. Uma vizinha que ficou amiga da minha mãe deu duas panelas.

Tem um pessoal estranho, que anda com arma e diz que é dono de tudo aqui. Acho bobagem. Dono de que? Desse monte de casa feia que nem gaiola de passarinho no chão? Outro dia vi que eles são maus. Atiraram num homem não sei porquê. Depois ainda tacaram fogo nele. Mas se eles são donos daqui, porque não melhoram o lugar. Será que quem governa aqui é igual aos de onde eu vim? Acho que vim a toa, então...

Mas uma hora começou a chover. E choveu muito. No bar tinha uma televisão que mostrou uns lugares parecidos com esse aqui, e lá caiu tudo. Cheguei em casa e perguntei para a mãe se aqui não ia cair também. Ela não respondeu. Falou que o pai estava chegando e ia resolver. Que os moços de uma tal de defesa civil tinham falado que não tinha perigo. Mas os tais moços não sabiam que as casas que tinham lá foram contruídas em cima de um monte de lixo. Como é que eles jogam lixo aqui em cima é que eu não sei...

Eu sei é que ouvi um barulho. E aí caiu tudo em cima de mim e de todo mundo. Está muito frio e tudo molhado. Não consigo respirar. Não dá para chamar ninguém. Não vejo nada. Só queria dizer para o pai que eu sei que ele tentou fazer o que achava certo... mas que não deu tempo.