ARTIGOS, IDÉIAS, TEXTOS E PROVOCAÇÕES

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quarta-feira, 31 de março de 2010

O Apóstolo

A igreja de Roma nunca foi de muita conversa em relação às perversões de muitos de seus sacerdotes. Sejamos claros: desde que começaram as atrocidades patrocinadas pelo trono de Pedro nunca a igreja católica deu uma boa navalhada na prórpia carne. Muito pelo contrário, sempre preferiu resolver seus despropósitos nas celas obscuras do Vaticano.

Um pouquinho de história...

Quando foi criada, a Santa Iquisição nasceu como prelazia especial do papa... isso significa que seu presidente reportava-se apenas ao sujeito que por acaso estivesse mandando no momento. Um dos mais famosos e cruéis inquisidores chamava-se Tomás de Torquemada. Comandava a mais cruel e sanguinária inquisição, a espanhola. E isso numa hora em que a própria igreja já não conseguia mais justificar ficar torrando gente em autos de fé que estavam mais esvaziados que jogo do XIII de Jaú contra o XV de Piracicaba numa quarta a noite com chuva.

Mesmo assim, Torquemada prosseguiu até sua morte, sem nenhuma interferência do seu comandante. Mas a igreja não podia simplesmente dissolver a inquisição. Afinal, seria uma demonstração de fraqueza após tanto tempo trucidando infiéis. Fez então o mais simples: mudou o nome. Agora chama-se Congregação para a Doutrina da Fé. E quem foi o último inquisidor? Chama-se Ratzinger. 

Retrógrado e com opiniões bizarras num mundo que exige transformações inequívocas para que a massa do bolo não desande de vez, resolveu agora esconder-se novamente sob o manto papal quando alguns de seus padrecos e bispos são flagrados e expostos pelo hediondo crime da pedofilia. 

Em vez de exercer sua autoridade e fazer seu rebanho crer na punição para tamanha falta de caráter e doença terminal de seus comandados, opta por usar o Banco do Vaticano para distribuir 'calabocas' pelo mundo e manter intacta, pelo menos na sua mente irracional, a moral de sua igreja.

Não é de se espantar o esvaziamento de suas hostes e o crescimento de seitas evangélicas, principalmente em lugares subedesenvolvidos como o Brasil e na África. 

E a meninada, esperta, continua gritando: 'Corre, que o último é a mulher do padre!'.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Os Vermes

Garrett Hardin, ecologista do fim dos anos 60, certa vez disse: 'a moralidade de um ato é função da condição do sistema no momento em que tal ato se realiza'. Obviamente, ele citaria como exemplo um lago piscoso, onde havia pescadores que retiravam o máximo possível de peixes, até que os peixes começassem a desaparecer num nível drástico, e então todos parariam de pescar, única saída possível para eles e para o lago.

Impressionante é que exite uma categoria de seres humanos (?) que não se encaixa nessa premissa básica de sobrevivência. O político!

Não consigo deparar-me com nenhuma categoria de ser vivo comparável às características dessa deformidade da raça. Com um nível de rapinagem sem parâmetros até mesmo no final da cadeia alimentar, não esperam nem mesmo o fim da existência de suas vítimas. Através de suas canetas, drenam o sangue e a alma de milhôes de seres vivos que padecem de uma bovinidade crônica.

São alicerçados pelas mais diversas e conhecidas organizações, institucionais ou não, que garantem sua impunidade do início ao fim do seu processo fagocitário. Proliferam-se como ratazanas nos esgotos fétidos das câmaras legislativas, do senado, das prefeituras, governos estaduais e, desnecessário dizer, no Palácio do Planalto. E fazem herdeiros! Continuidade garantida de seu eterno descanso em berço esplêndido...

Nas entranhas do 'Salvelindo', sem preocupação com a justiça, cega, enleva-se com sua capacidade de escapar sempre e sempre, na certeza de que fará seus pupilos a sua imagem e semelhança. E fazem-me lembrar do bom Machado: 'Meu Senhor, respondeu-me um longo verme gordo, ... nem escolhemos o que roemos, ... nós roemos'.

terça-feira, 23 de março de 2010

Diálogos Possíveis... ( e Prováveis)

Em alguma favela, num baile funk, com os amigos traficantes escoltando...

- Fala, Love!

- Fala, Imperador!

- Vem cá... a doida não vai aparecer hoje não, né?

- Pô, cara... fala assim não... a mina é maneira... é ciúme do negão aqui! 

- É... ciúme que custou caro prá consertar... vc viu a porretada que ela deu no meu carro? Bom, deixa disso, vamos tomar umas. Mas vê se pega leve.... amanhã tem treino.

- Faz diferença? Tu artilheiro e eu o vice... mas diz aí, como é que foi que tu se desenrolou com os 'homi'? Explicou como aquele armamento te defendendo na Rocinha?

- Eu? Eu tava é preocupado contigo... como é que você explicou a parada da moto? Comprar em nome da mãe do cara, velho! Manjadão...

- Ah, essa foi mole... quando o delegado falou que nem carteira ela tinha, eu disse que lá é tranquilo, que não tem blitz...

- Sei... e a parada de ontem, das festinhas... acho bom te preparar que já tão sabendo do jumento e do anão....

- Como é que é?

- Você não viu o CQC ontem?

- Não....

- Xiiiiiiiiiii...... 


*****


Cidade de São Paulo, Restaurante Fasano

- Finalmente, Vaccari!

- É o trânsito, Zé... Já pediu?

- Tava aqui no vinho, te esperando... vai um copo?

- É prá já! Lembra quando a gente mal tinha prá pinga?

- Olha, esquece isso... a gente tá com problema, né... o negócio da Bancoop já tava ruim de explicar... e essa agora desse Funaro... deu os fundos de pensão... esquema desses não vaza... a gente vai fazer caixa prá gorda agora como?

- Explicar o que?

- Como o que, porra! Os caras descobriram tudo! Esse Blat não tem medo da gente! Ah, se fosse no regime... a gente dava um jeitinho.

- E a gente precisa explicar? Tu explicou alguma coisa do Delúbio? Ele agora tá dando discurso de moral em formatura de faculdade, você viu? (gargalhadas)

- É, eu vi... mas o que a gente faz?

- Ora, o de sempre: nada! Mas Zé, me responde uma coisa... naquela época, num daqueles 'aparelhos', na madrugada... vc pegou a gorda?

- A conta, amigo!


***


Granja do Torto, madrugada, quarto do casal

- Luís...

- Hummmmm...

- Acorda, Luís!

- Hummm.... que foi, Marisa?

- Aquela história de virus da paz... de onde você tirou aquilo?

- O que?

- Virus... da paz... vc falou lá pros judeus...

- Porra, Marisa... eu tinha que dizer alguma coisa... que fosse forte, para eles sentirem que eu não tava de bobeira. 

- Mas depois visitou o túmulo do terrorista e não quis ir no do judeuzão, o tal sionista... aliás, o que é isso hein?

- E eu vou lá saber, mulher! É que o Celso me falou que lá no do árabe ia ter um comes e bebes depois... vou ver defunto e nem beber o morto?

- É mesmo.... adorei o kibe cru...

- Hummmm......

- Luís...

- Hummmm....

- Você acha que a gorda vai conseguir?

- Conseguir o que, Marisa?

- Ganhar do Serra, claro, Luís! Ele já disse pro Datena que é candidato...

- Ah, ganha... eu uso a máquina... ela ganha... Marisinha, confia em mim... eu não fiquei aqui 8 anos? Agora me deixa dormir... amanhã tem aquele Cabral e a passeata dele por causa da grana do petróleo... vascaíno chorão... chato prá cacete....

- Luís....

- Hummmm....

- Luís... responde a verdade... naquela época, num daqueles 'aparelhos', na madrugada...

- .....

sábado, 20 de março de 2010

Para minha amada...

Hoje, passados todos esses anos, sei que estiveste comigo desde a aurora de minha vida. Quando tive prova de tua existência, não fazia idéia de que me acompanharias por meus caminhos, minhas alegrias e frustrações. Mas agora sei: não viveria, não vivo e não conseguirei viver sem ti.

No começo, por tua timidez e por apareceres tão eventual e sem propósito, não sabia o teu verdadeiro valor. Não sabia que em minhas horas de aperto tu estarias lá, vigilante e protetora, não deixando que, muitas vezes, eu me afundasse na vergonha das noites insones, desprotegido e enxabido, após excessos etílicos ou pior. Nunca me abandonaste!

Quantos e quantos momentos... Cheguei a pensar, que ridículo, que um dia te cansarias e me deixaria sem pena. Mas tu, ah, tu não! Sempre lá, nunca permitindo que o pior acontecesse, nunca me deixando só e desamparado, atenta e companheira. Como não te amar? Como não achar em ti o amor de uma vida inteira? 

Mas quantas e quantas te fiz passar. Mesmo quando, cansada, não aguentava mais tanta dedicação a mim, dava-me sempre mais uma chance. Abusei da regra três! E foste comigo a lugares onde, de sã consciência, nunca te deixaria entrar. Mas nunca reclamaste! E tua presença deu-me fama! Elevaste meu nome e por tua causa serei lembrado.

E me deste filhos, meu maior tesouro! Que mais poderia eu querer de ti? E tu continuaste sempre lá, incansável! 

Agora presto esta homenagem a ti, para que todos saibam o quanto és essencial como o ar que respiro, que enquanto te tiver comigo, poderei tudo! E para que entendam sem sombras de dúvida e que não receiem: tu viverás a meu lado até o fim de meus dias.

Minha amada... ah, minha para sempre amada ereção!


quarta-feira, 17 de março de 2010

In Te Domine

Marco Antônio (aquele que dividia com Julio César a ninfomaníaca egípcia Cleópatra) pagava alguns sestércios por mês a um palerma que andava o tempo todo a seu lado somente para que, quando estivesse prestes a tomar decisões ou praticar atos que influenciassem a vida de pessoas, sussurrasse uma frase em seu ouvido: 'Lembra-te que és mortal!'. Parece que isso o poupava de vários aborrecimentos que poderiam advir de atitudes impensadas ou intempestivas.

Luis Inácio deveria fazer o mesmo. Teria-nos livrado, e a si mesmo, de dezenas de situações vexatórias nos últimos sete anos. Lembrar de todas é praticamente impossível, devido a sua capacidade quase acadêmica de produzí-las com uma constância diária. Porém, já que por seu conhecido desamor a leitura e seu provável desconhecimento de quem foi Marco Antônio, sugiro que esse assessor, pago obviamente com o larjã advindo do caixa dois de suas campanhas, subverta a frase original e faça as adaptações necessárias a cada ocasião. Senão vejamos...

Quando em visita a alguma ditadura das vizinhanças, nas quais parece sentir-se mais em casa do que em porta de fábrica, e for dar declarações em relação às políticas de direitos humanos dos amiguinhos, comparando presos políticos com criminosos comuns de alta periculosidade e desmerecendo legítimas greves de fome, não balelas como a que fez na ditadura, desmentida por seus próprios pares, lá viria a voz: 'Lembra-te que és um idiota!'

Se estiver em alguma reunião de um Galgumacoisa, e resolver ensinar política externa a europeus que estão pouco se lixando para sua opinião de convidado café-com-leite, apesar do Obama adular seu ego dizendo que ele é 'o cara', lá estaria o aviso: 'Lembra-te que és um parvo latino-americano!'.

Quando der coletivas na imprensa tentando justificar a roubalheira e as tramóias urdidas por seu partido e seus correligionários, todos identificados por vários artigos do código penal, dizendo que vai mandar investigar, que isso e que aquilo, olha lá ela de novo: 'Lembra-te que foste eleito com essa grana!'.

E então, ao tentares fazer de tua amiguinha terrorista sucessora de teu cargo, ao pintá-la com cores desbotadas e manchada de sangue inocente, enfiando-a em palanques de inaugurações por todo o país para aplacar a deformidade que lhe vai na alma, ao mandares fazer filme com tua história triste para que todos te admirem com pena de tuas origens, ao distribuires teus favores qual vadia desenfreada pelas estradas em nome de tuas convicções eleitoreiras, lembra-te que entrarás para os alfarrábios como Lula, o Filhodaputa do Brasil!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Vacas na Ordenha

Sentimos muito. Sentimos ao ver as mazelas e descasos num país que poderia ser o que propagandeia aos quatro ventos. Sentimos pelas criancinhas, pelos idosos, pelos miseráveis, pelos injustiçados. Temos a fibra de uma lebre assustada, mas nos condoemos com a fome, com os catadores no lixão, com a morte na fila do hospital. Temos nossa revolta bovina quando vemos os assassínios e os vilipêndios cometidos pelos imputados párias de nossa sociedade em transformação, que é assediada por alvitres do mal, que insistem em nos tornar cúmplices. E continuamos.

Vivendo, criando filhos, trabalhando, viajando (nos dois bons sentidos), comendo nossa ração diária de alimento e dó. Temos nossas fés, nossas iras e nossos segredos. Tentando em nosso dia a dia fazer um mundo melhor porque, afinal, não fazemos mal a ninguém. Se nossos governantes estão fazendo diferente do que pensamos e esperamos, na próxima eleição daremos um jeito! Como se atos e direções não fizessem caminhos bem antes de podermos vê-los. Mas estamos aí!

Somos observadores. Porém temos uma certa miopía necessária, para que nossos brios não fervam nosso sangue a ponto de fazermos coisas que nos coloquem em risco. Não nascemos para bode expiatório de nada. E nossas crenças nos absolvem do mal, amém. Não somos cristos.... apenas discípulos. Afasta de nós este cálice. 

E cale-se! Cale-se diante do apoio incondicional de quem fala em nome de nós perante o mundo! Cale-se a Cuba, ao Armahjinejad, ao tarado venezuelano, a Dilma terrorista assassina, a tudo! Afinal, pode até falar.... vamos tomar uma cervejinha e a gente conversa. Ou do governo, ou do Imperador e sua concubina amarrada... ou do terremoto no Chile... ou de qualquer coisa que faça-nos ficar atentos a tudo e a todos. Quem foi o último eliminado do Big Brother?

Mas vai.... vai viver tua tranquilidade... vai para tua casa no campo, com teus discos e livros e nada mais.... nada mais que tuas tetas, eterna vaca ordenhada.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Apenas um Homem...

Nasci em uma família de mulheres. De minha geração, somos somente eu e dois primos... cercados por dezenas delas. Não creio que este fato torne-me um expert no assunto mas, unido com meus relacionamentos amorosos (às vezes, nem tanto), minhas longas amizades e a paternidade de mais duas, vou permitir-me fazer o que acho ser uma homenagem.

Não me adiantaria aqui ficar discorrendo sobre os grandes feitos femininos da humanidade, nem citar nomes de ícones que com sua luta, perseverança e  sua vida mudaram o trajeto não só de seus destinos, mas também os de milhares... milhões... em todo o planeta. Não só os delas, mas os nossos de homens também! Ou alguém por aqui tem a ilusão de que mudaram sozinhas? Desde a porretada na cabeça nas cavernas até os comandos de governos contemporâneos, mudamos junto, convivemos, aprendemos, criticamos, aproveitamos. Principalmente aproveitamos. Passamos a elas nossos vícios e elas nos legaram um pouco de compaixão. Compreendemos um pouco mais  suas angústias e elas entregaram nossos filhos melhores para o mundo. 

Em um Brasil marcado pela desigualdade jogada na cara a cada esquina, em que o velho e bom papel de macho alfa fica relegado a segundo plano diante de quem é que conseguiu algum para o jantar de hoje, seja com uma faxina na casa da madame ou no comando de uma multinacional, a mulher consegue inverter seu papel imposto por uma sociedade que lentamente move-se para que haja um equilíbrio entre o que ela oferece e a contrapartida das leis, dos direitos, da dignidade.

Convivi e convivo com mulheres que são o exemplo dos antigos e dos novos tempos. A semelhança que vejo nelas é a determinação de fazer. Tive a sorte de tê-las ao meu lado em momentos maravilhosos cujas lembranças nem o Alzheimer me levará e em situações terríveis, dolorosas em que não esquecerei o ungüento suave de uma simples palavra de consolo. Hoje, vejo um mundo se não melhor, diferente, caminhando numa direção mais humana, no qual o sofrimento ainda campeia e o mal parece obscurecer todas as tentativas de mantê-lo ao menos sob controle.

Mesmo assim reconforto-me com a esperança de continuar a observá-las de perto por mais algum tempo... dádiva, sendo eu apenas um homem...


quinta-feira, 4 de março de 2010

A Origem das Subespécies

Quando Charles Darwin publicou seu estudo de décadas de pesquisas e observações, "A Origem da Espécies", deveria ter esmiuçado mais os tópicos em relação à raça humana. Talvez não tenha chegado a fazê-lo por absoluta falta de tempo que lhe restava de vida. Porém, como seguidor da linha evolucionária, tentarei relacionar algumas subespécies facilmente detectáveis entre nossos pares, cujo desenvolvimento e evolução deixaria estupefato nosso glorioso cientista.
O filhodaputa - O filhodaputa remonta a nossas mais priscas eras, surgindo quase que em conjunto com outra subespécie, o artista performático. Assim que, dentro das rústicas cavernas da pré-história algum indivíduo resolveu sair pulando ao som de um tambor ou pintando figuras nas paredes, surgiu o mais conhecido filhodaputa da humanidade: o crítico de arte. Durante séculos perdurou, sendo a alcunha quase exclusiva. Mas, assim que tivemos a idéia de chutar coisas esféricas entre nós mesmos, surgiu um rival a altura: o juiz de futebol.
O capacho de vadia - tirando de lado a mais antiga e honrada profissão do mundo, cujas trabalhadoras acalmavam os animos exaltados dos guerreiros das mais cruéis guerras conhecidas, a vadia sempre esteve a margem de críticas, pois não era considerada meretriz, mas concubina, amiga, amante ou, mais recentemente, cantora pop ou atriz de novela. Porém, ao lado delas sempre existiu uma figura emblémática: o capacho. Não aproveitando os favores de suas eleitas, ficavam apenas ao seu lado, intrigando, sugerindo, ou apenas gravitando em torno delas, recolhendo as migalhas de fama que pudesse arrebanhar na esteira de seus passos. É fácil reconhecê-los atualmente, com uma variação curiosa: o capacho de vadia velha. Sérgio Cabral, Madonna e Jesus Luz no sambódromo do Rio de Janeiro serão exemplos eternos.
E finalmente uma subespécie que parece imperar no planeta...
O babaca conivente - nascidos dos ventres mais ilustres de nossa espécie, o babaca conivente necessita de estudos mais aprofundados para ter mapeado todo o seu poder. Ele se espalha facilmente entre nossas hostes, semeando sua estupidez e parvalhice, chegando ao ápice de convencer-se a si mesmo de suas boas intenções. Dividem-se em ramos ou filos, fáceis de serem detectados por chafurdar eternamente em sua própria lama. Estão entranhados em redações de jornais e revistas, em órgãos públicos, em associações religiosas, nas atividades esportivas e outros lugares de ajuntamento humano. Porém tem um habitat no qual sente-se prestigiado e lá consegue dar vazão a todo seu despropósito de vida: palácios presidenciais e câmaras legislativas.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Perguntas não respondidas pela ciência nem pelas religiões

Por que o álcool, droga que mais mata no mundo, além de ser legal, tem propaganda liberada e chega ao despropósito de patrocinar atividades esportivas?

Querido Diário...

Brasília, 1° de março de 2010 / Sede da Polícia Federal

Querido diário,

Já faz duas semanas que estou aqui e ainda não consegui entender direito muitas coisas. No começo até que eles deixaram eu ficar numa sala legal. Tinha banheiro, televisão, dvd... era Carnaval e até vi a Mangueira entrar! A Flávia vinha aqui todo dia, tristinha coitada... afinal, ela me ama pelo que eu sou e não pelo dinheiro que eu desv... quer dizer, ganhei. São as más línguas que falam isso, que ela não teria, gostosa como é, porque amar um velho com a cara do Sr. Burns.

Aí então, não sei o porquê, me tiraram de lá e me trouxeram para um cubículo sem janela, sem banheiro, sem tv... aí ela não veio mais... deve ser para não entrar em depressão de ver seu bobizinho assim desamparado. Meus amigos nunca vieram mesmo. Acho que tem medo de entrar e não sair mais. Bobagem... esses rapazes da polícia são ótimos! Trazem meus jornais, meu laptop tá aqui funcionando direitinho, minha comida é boa...

Não entendi o Paulo... por que renunciar? Era só ficar lá, quietinho, esperando eu voltar. Mas foi falar com o chefão, tomou esporro, botou o galho dentro e saiu. Se eu soubesse não tinha colocado ele no esquem... quer dizer, na cooperativa. Agora tá lá aquele doido, o padeiro, que proibiu minissaia, administrando todo o dinhe... quer dizer, o governo.

E toda essa merda por causa daquele paraíb... quer dizer, imigrante nordestino pioneiro. Mas como eu ia saber? O cara era de confiança do Joaquim! Mentiu descaradamente no negócio da polícia na invasão só para ferrar o Cristóvam e provar fidelidade! E é ex-delegado! Será que não dá para confiar nem em delegado hoje em dia? Eles não estão aí para proteger?

Pior foi aquele Leonardo... colocar na meia... na meia! Até hoje fico pensando como ele conseguiu... como é que coube  tanto? Devia estar de soquete, porque nessas sociais não cabe nada, eu já tent... quer dizer, ouvi falar.

Agora tem esse procurador querendo intervenção. Preciso arrumar um jeito de sair daqui logo. Senão, é capaz desse pessoal do PT conseguir entrar. E aí, querido diário, aí ferrou tudo. Porque nisso, ah! Nisso eles são insuperáveis!